21/09/2012

Yuki.


(Esse é meu projeto paralelo, então não 'tô xingando ninguém aqui. Grato).

O sol resplandecia em sua claridade raios solares intrépidos e contínuos que só cessavam quando algo intervia seu caminho. Caminhando mais um dia rumo a rotina diária, Yuki prostrava-se a pensar sobre como o mundo em que vivia é injusto. Analisando de forma crítica o movimento ao redor notava que a desigualdade entre os seres humanos era tremenda. Como podia muitos terem pouco e poucos terem muito?  Esse perfil de sociedade não lhe agradava, ela sentia-se excluída daquilo, como se seu lugar não fosse alí de fato.

O cabelo longo que trepidava ao contato com o vento demonstrava em Yuki seu único vestígio de feminilidade. Honestamente ela nunca quis ser mulher, até porque seu corpo frágil sempre foi um obstáculo para algo que adorava fazer: lutar; Corpo este que além de frágil ainda era impossibilitado de falar. Ainda bebê fora submetida a uma espécie de ritual, onde cortaram-lhe a língua. Sem saber o por quê daquilo, fora obrigada a viver com isso durante sua vida inteira. Talvez esse seja o por quê por trás de sua natureza questionadora e agressiva, mesmo que sequer suspeitasse sobre aquilo que aconteceu anos atrás, buscava vingança a todo custo.

Não é fácil lutar quando não conhecemos nossos inimigos, por isso Yuki sabia que o caminho até a sua vingança era longo e estreito. Particularmente estava cansada de engolir aquele mundo ridículo e soberbo calada, ela precisava falar, não com palavras, mas com atitudes. O mundo deveria saber que ela o odeia e que ela irá mudá-lo. Chega de sofrer calada! CHEGA!

Desde pequena ela percebeu que se algum dia quisesse mudar o mundo, teria que fazer isso com as próprias mãos. Será que isto seria um bom motivo para justificar sua existência no planeta? Será que se o mundo mudar ele realmente será melhor do que agora? Será que ela tem o poder pra mudar o mundo? Será que isso é possível? Será?!

Yuki era prepotente e, por isso, sabia muito bem todas as suas limitações, tal como conhecia como ninguém suas habilidades.
A perícia com espada aperfeiçoou-se com o tempo e atualmente ela é reconhecida por onde passa por causa do seu temido talento.  Talento este que ela usa para mudar o mundo que tanto abomina.

(Não posto o resto porque espero o retorno de vocês. Se a maioria achar legal, posso pensar em continuar. É isso).

04/09/2012

Ateus.

Não é segredo pra ninguém aqui que sou ateu, presumo. Sendo assim, pra mim é fácil falar sobre esse assunto.
Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Quem aqui freqüenta as redes sociais assiduamente hoje em dia é praticamente obrigado a engolir boa parte dos ateus que freqüentam esses locais. Particularmente, não vejo nada de errado em postar uma imagem ou outra satirizando algo em que você não acredita, agora tudo que é feito em excesso é ruim.

Entenda uma coisa.

Postar imagens ironizando, satirizando, ou até mesmo menosprezando a crença alheia não provará que Deus não existe, muito pelo contrário, isso só provará que você é um retardado. De todos esses anos em que utilizo a internet, uma coisa eu aprendi: Existe uma linha tênue entre ser engraçado e retardado.

Algumas pessoas precisam entender que a internet é uma rede pública e, por isso, qualquer coisa que você faça poderá ser visto até mesmo por alguém que não faça parte de seu público alvo.
Cada pessoa tem o direito de acreditar na porra que for, assim como os ateus tem o direito de não acreditar em nada. O fato de você não acreditar em nada jamais lhe dará o direito de menosprezar a crença alheia (mesmo que ela pareça ridícula pra você).

Vejamos, também faço parte do grupo que acha que o cristianismo e toda espécie de religião é completamente prejudicial para a humanidade, mesmo assim respeito quem crê em Deus por um único motivo: Eu também desejo que respeitem minha descrença.

É como aquele velho ditado diz:

"O meu direito termina quando começa o do próximo".

Se você quer ser respeitado, respeite mais.

Agora se você faz tudo isso porque religiosos também infestam sua timeline com posts pró-religião, pare agora com isso. Pense! Não seja mais um retardado. Se você não acredita em nada que elas postam, então simplesmente ignore aquilo. É simples. Claro que isso deveria servir para o outro lado também, contudo, quem busca afirmação na sociedade não são os cristãos ou qualquer outro religioso que seja, somos nós, os ateus.

Por que fiz esse texto?

Por ser ateu sofro preconceito da grande maioria (até de alguns parentes) só porque penso diferente deles desde os meus 15 anos. Aí quando vejo que o movimento em que acredito pode tomar uma projeção maior, noto que agimos de forma errada para conseguirmos o que queremos. Isso tem que mudar!

Entendo muito bem como vocês (ateus) se sentem quando vêem alguma coisa religiosa, pode acreditar. Sinto o mesmo asco, a mesma vontade de tentar mostrar pra pessoa que o mundo está muito além de algo tão supérfolo como a religião, mas essa não é a minha função, a minha função como ateu é deixar claro que pelo fato de não acreditar em Deus isso não me torna um servo de Satanás (até porque nem acredito nele também), o meu objetivo é que todos percebam que somos uma minoria, mas que não é isso que nos torna menos humanos que todos os cristãos que existem no planeta.

Respeite e será respeitado, é assim que o mudo funciona, meu chapa.

Fica a dica.

Cheers.

Viva.

Alguma vez você já se sentiu como se fosse apenas uma gota no oceano? Alguma vez você já pensou que nada na vida que lhe envolve faz algum sentido? Alguma vez você já desejou parar de viver só para evitar essa rotina diária que consome boa parte do seu tempo válido?

Se você se identificou com alguma das perguntas acima, esse texto é feito exatamente pra você, leitor.

Alguns dirão que isso é sinal de uma momentânea crise de identidade, outros dirão que questiono demais, mas a verdadeira pergunta é: como você se sente em relação a esse mundo no qual vivemos?

A minha resposta para essa pergunta é: Perdido.

Perdido? Sim. Não sei mais o que pensar, não tenho mais nada para defender, não tenho mais o meu castelo e perdi a minha princesa. Sou como um cavaleiro idoso, que possui sangue de guerreiro, mas tem um corpo velho e cansado de todas as batalhas que já viveu. Inútil, isso mesmo. Todas as minhas habilidades não adiantam de nada agora, sou apenas um velho, um senhor que cansou de viver e apenas espera o seu fim sentado numa cadeira de balanço na varanda da sua casa de interior. Se eu pudesse trocar toda a minha experiência em combate por apenas um sorriso - mesmo que forçado -, eu o faria com o maior prazer, assim me sentiria menos culpado, sentiria que tudo aquilo que vivi um dia valeu para algo afinal. A única coisa que me conforta é que não sou o único nessa situação, como eu deve existir mais de milhares. Ah! Como essa sensação de não estar sozinho faz bem para mim. Se meu otimismo fosse um pouco mais elevado, ousaria dizer que isso me faz muito bem. Mas não faz. Não acredito que tive todas aquelas batalhas, fiz o meu melhor e que no fim terminei como um daqueles que sempre julguei. Eu me tornei a gota no oceano, meu esforço não foi suficiente e agora sou oficialmente declarado um fracassado. Um velho fracassado, que sempre quis ser diferente, por isso empunhou a espada pela primeira vez, para fazer com que todos seus ideais juvenis fossem seguidos, mesmo que para isso tivesse que usar a força, mas no fim ele sabia que conseguiria fazer tudo aquilo que um dia desejou. E fez, por sinal, muito bem. Entretanto, tudo isso não foi suficiente para acalmar o coração do pobre jovem, ele sempre quis mais, sempre quis ser o melhor em tudo. Para quê? Nem ele sabia a resposta para isso, mas mesmo assim prosseguia com aquele estilo de vida, porém hoje em dia ele vê que tudo que fez foi banal, ele poderia ter vivido de forma simples, poderia ter se esforçado menos, poderia ter vivido mais e sofrido menos. Que pena!

Oh! Se algum dia ele tivesse o poder de jamais ter feito parte de tudo isso, ele escolheria jamais ter nascido.

Cheers.